Nas últimas duas semanas, fiquei debruçado em um trabalho temporário que consumiu todas as minhas energias. Longo, chato e monótono. Vinte e cinco textos sobre itens da construção civil dentro de padrões SEO. Foram alguns dias de cansaço mental intenso, de forças esgotadas. Sonhos de sufocamento. Um estorvo!
Passou. E a sensação de liberdade, claro, foi intensa.
Também veio à tona alguns nuances e insights. Nada como um trabalho maçante e pesado para dar valor ao tempo que desperdiço, sem me dedicar ao que gosto, sem investir minhas energias no que me satisfaz.
Trabalhar sob prazos insuportáveis, estar em lugares insalubres e perder oportunidades simplesmente por ter pensado e avaliado demais, força a entender o quanto a vida te oferece saídas, mas não se percebe.
Não é uma questão de diversão, apenas. Simplesmente esquece-se que o tempo urge. E a mania de, sempre que possível, deixar para amanhã fazer mais criativamente o ofício que gosta, ler os livros que se acumulam na estante ou fazer aquela ligação para aquela voz que é música para os ouvidos, tendo a segurança de que mais uma oportunidade não será desperdiçada.
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“Então posso te ligar hoje à noite? Estou tentando me decidir Como eu me sinto Você poderia me dizer o que é real? Eu ouço sua voz no telefone Agora eu não estou mais sozinho Como eu me sinto Você poderia me dizer o que é mais real?Porque eu não saberia…”
Dayglow – “Can I Call You Tonight?”