A proposta de escrever sempre que possível todos os dias é bonita na ideia. Na prática, quase inviável. Não pela inabilidade da escrita ou procrastinação, mas pelo o que é relevante. Só que é isso, esta é a vida comum, e o desafio é transformar o ordinário em arte. Significar o normal. Colocar em um altar mágico as pequenezas do dia. Se seguir esse caminho, assuntos não faltam.
Exercícios
Hoje mesmo acordei cedo, pontualmente as 7h. A lombar deu o ar da graça, me lembrando que está viva e envelhecendo. Ainda na cama, fiz alongamentos para acalmá-la, sem muito sucesso. As semanas sem grandes movimentos devido a quarentena começam a exibir seus resultados. Mas já fazem uns três dias que estou seguindo o plano de exercícios do app Nike Training Club. É uma opção real e válida para ajudar a malhar em casa. É possível montar seu treino individual, não importando qual nível de condicionamento, ou se o espaço é reduzido e não possui equipamentos de academia disponíveis. Funciona. É só querer.
Gato pós-punk
Tenho evitado fazer “trilha de redes sociais” para não poluir a mente. A ronda matinal e virtual por Instagram, Twitter e FB não é nada saudável para começar o dia. Mas hoje dei uma folga, já que tinha um mensagem de uma amiga no inbox do Twitter. Foi ótimo. Dois achados em um só post. Era um daqueles memes curtos em que se vê diversas vezes de tão engraçado. A tal expressão moderna “eu queria morar nesse vídeo!”.
Um gato “curtindo” um post-punk sinistro e desconhecido. Claro que gostei do som. Me representa. É aquele clima sombrio que fez a cabeça na adolescência. De pronto usei o Shazam para descobrir que banda era aquela. Descobri, era a quase impronunciável banda russa Молчат Дома (Molchat Doma. Lê-se Mouke dóma. Valeu, Google Translator!), cantando Судно (Sudno).
O grupo é contemporâneo, mas soa do modo típico daquelas bandas dark do final dos 70 e início dos 80. Um achado. Sério, fiquei grato!
Quem quiser conhecer mais, sigam os rapazes: http://molchatdoma.com/
Medo dos dias que seguem
E quem não está? Meus piores pesadelos dizem respeito a falta de ar e solidão extrema. E essa doença sintetiza o meu temor. E com o “El Imbecil”, o terror é legitimado. Evito ver seus rastros e de quem o segue. O ódio brota. Não é saudável.
Eletric Dreams
O almoço foi ruim. Todos os restaurantes que aceitam o meu Vale Refeição são péssimos. Enquanto esperava, vi mais um episódio de Eletric Dreams, série baseada nos contos de Philip K. Dick. Tenho consumido ela lentamente. Gosto tanto que vou assistindo de modo bem espaçoso. Cada história é um questionamento sobre o que significa ser humano. Inteligente, fantástico e amedrontador. O futuro chegou. E ele é sinistro.
Postergando projetos
Como eu já disse antes, estou montando um podcast (há 2 anos, rá!) e um canal no Youtube. Apesar de estar progredindo, estou com vergonha de pôr no ar. Me sinto ridículo no vídeo. Postergo com outros itens menos importantes. Ir ao quintal, ver o lusco-fusco do entardecer sem a poluição habitual de São Paulo.



Deniac, eu adorei o seu texto e a história do seu dia! Ganhou uma leitora.
Fico feliz, Fernanda!