Acordei com uma espécie de ressaca de um ano inteiro que mais pareceu um grande porre. A semana inteira com uma medonha preguiça. Um jet leg baiano que perdurou sob a antes conhecida “Terra da Garoa” que agora arde como uma sucursal do inferno. É verão, eu sei, mas cadê o azul do céu? Cadê o meu sol dourado?
Estamos no sétimo dia de 2020 e aqui é uma daquelas histórias de mudanças, listas de prioridades e metas para o ano que começa.
Uma delas é estar mais por aqui. Tanto que esse texto começou a ser digitado no Google Keep, entre as estações São Joaquim e Luz do Metrô de São Paulo. Em pé, no equilíbrio para não cair, típico do transporte. Sacou o tamanho do empenho?
E tem que ser todo dia. Sei que funciono melhor escrevendo sem pensar ou editar. Acho péssimo, já que gostaria de escrever artigos e crônicas minimamente interessantes e que exigiriam mais tempo e suor da mente.
Tudo está sendo escrito ao toque do agora. Denota falta de apuro técnico? Pesará na minha vida, já que teoricamente minha formação é o texto?
De boa. Quero que flua. Isso aqui não é literatura séria. É praticar a escrita tranquila sem a pressão de uma edição requintada e demorada. Masturbação mental para não enferrujar dedos, cérebro e a vida digital.
Falando em vida digital, talvez encontrei um ótimo argumento para se usar cada vez menos essas ágoras do capeta.
Entrei numa livraria para fazer o célebre exercício de ser surpreendido pelo acaso dos títulos. Gosto de andar sem saber exatamente o que quero. E não é que fui surpreendido mesmo, mas por uma seção inteira dedicada ao segmento “coach”?
Olhe, me bata uma vitamina de abacate, diria um camaçariense típico. Só que eu gosto da bagaça, e paro para ver as sandices mesmo.
Tinha esse sobre nomadismo digital, modalidade de trabalho da moda em que você pode estar em diversos lugares do mundo e trabalhando ao mesmo tempo. Fazer sua trip maneira e, nas horas vagas, meter lá o seu job.
Não é de todo ruim. Deve ser legal para cacete, de fato. Há dicas diversas de como entrar no esquema e a experiência de quem já está na jogada. A questão toda é como se vende o troço. Saca o resumo de capa:
“Já pensou em ter liberdade para escolher como e onde trabalhar? E já pensou em fazer isso ao lado de quem você gosta? E, ainda, já pensou em retornar para sua cidade e reencontrar seus familiares trazendo na bagagem a experiência de ter passado por dezenas de países? Não, não é sonho nem ficção, e sim um novo jeito de encarar a vida e de se relacionar com o trabalho. É o nomadismo digital. ”

Parece fácil. Parece que tudo depende de sua escolha. É só ir e pronto. Definitivamente não é legal.
Enfim. Como ia dizendo, o livro é sobre nomadismo, mas nas primeiras páginas encontrei um conceito bem interessante sobre redes sociais. Elas são como casas alugadas, sujeitas a regras do proprietário. Regras que mudam a todo momento.
Um simples post seu movimentam a energia geradora de dinheiro para esses locadores de sua voz na internet. Algo que você pode ter muito mais controle quando paga pelo seu próprio domínio em um local como este blog.
Não é uma rebeldia minha apenas para ser do contra. É muito mais um incentivo, tanto para mim ou quem me lê para produzir conteúdo de modo mais esperto, mais livre, orgânico, sem depender de algoritmos escrotos.
Mesmo que seja sobre seu gatinho fazendo travessuras, vale mais criar seu próprio universo do que estar sob o comando sinistro de um conglomerado diabólico que enriquece vertiginosamente com nossas informações.

Além deste aspecto do conteúdo sendo feito neste meu lugarzinho especial, 2020 é para mudar uma díade psicológica nociva:
1 – Excluir uma série de itens que amortizam os ímpetos (facilidades da vida moderna que nos tornam preguiçosos);
2 – Evitar ainda mais pessoas e circunstâncias castradoras ou que deixam para baixo (redes sociais inclusas).
Prometo textos mais elaborados, com temáticas mais segmentadas, onde você possa aprender comigo. Prometo um canal no Youtube sobre cultura em geral. Prometo um podcast. Prometo meus sets de discotecagens em vídeo também.
Acho que é só isso mesmo. Acho.