Enquanto escrevo algo mais elaborado, vou pondo aqui alguns drops do dia. Coisas frívolas. A questão é que não quero ficar por aí nessas redes sociais malditas que não tenho controle algum, que me sugam tempo e dinheiro.
Perceba, tudo é somente sobre likes, exibições (de viagens, do corpo, das opiniões) e propaganda. Tudo dentro das caixas castradores do Facebook, Instagram e Twiter. Ao menos por aqui o ruído diminui. Consigo ser eu com mais afinco, sem a edição social do “o que as pessoas vão pensar sobre?”
Você conseguiu levantar hoje para trabalhar? Não sei como estava o tempo na sua cidade, mas por aqui, na São Paulo megalópole e cheia de histórias e padarias, as águas desceram dos céus durante todo o dia. Acordar para o trabalho no frio é difícil, mas fica duplamente mais pesado quando chove.
Mas não quis me irritar. Moro em uma boa casa, tenho trabalho e sobrou um pouco de dinheiro das férias que foram metade do tempo sobre frustrações com malas extraviadas pela companhia. Mas ok, não vou me irritar.
Prefiro a “psicomágica” de que todos os revesses vieram para me ensinar ou mudar meu destino para melhor. Aceitar os atos simbólicos como acontecimentos reais. O ato mágico-simbólico-sagrado que modifica o comportamento do inconsciente e, consequentemente, os acontecimentos reais.
De fato, estava muito centrado no material e nas coisas. Perdê-las me fez pensar neste acúmulo desenfreado sobre itens que não nos preenche. Ainda não sei o que aprendi de verdade, já que a culpa foi da companhia aérea e não minha.

Ontem, esqueci minha identidade no dentista. Sob uma torrente de pingos grossos, molhei bota, calça e casaco para pegar de volta hoje de manhã. Cheguei atrasado no trabalho completamente molhado.
O que aprendi com isso? Que tudo o que vivo de ruim foi eu mesmo que arquitetei? Que fugimos de tudo, menos de nós mesmos, menos de nossos erros? Claro que me culpo e fico perplexo em como me traio com frequência. Não tenho desculpas, sou horrível.
Ainda chove. Vou me molhar completamente até chegar em casa, comer alguma coisa quente e me enfiar no meu casulo para ver Stranger Things que estreou a terceira temporada.
Parece a vida de uma adolescente, mas os 41 já bate na porta. Vou me molhar. Mas não vou me irritar.