Mudanças são necessárias. Lógico, claro, evidente. Mas as bruscas me doem os ossos. Interessante que as grandes, as que mudam de verdade a vida, sempre são essas, as que vem com tudo.
O ano de 2020 foi todo assim. Um chute forte para acordar. Por todos os lados. Ou levantava ou levantava. Eu sei que demoro. Sei que me movimento devagar. Diversos momentos forjados a ferro e fogo na mente. É algo adquirido ao longo dos anos. Um modo de inação difícil de extrair.
Esse ano foi foda.
Não é por ter aprendido na marra que eu vou creditar algo de positivo nele. A dureza dos dias me levou a “antifrafrgilidade”, de fato. O conceito criado pelo autor libanês Nassim Nicholas Taleb, das coisas que se beneficiam com o caos, é de fato, sólida.
Eu me beneficiei dos caos. Melhorei diante das situações inesperadas. Só que isso não é nada romântico. Nunca será um momento de nostalgia gostosa.
Na jornada do herói de Campbell, estou em constante “Recusa do Chamado”, a demora em aceitar o desafio ou aventura, em geral, pelo medo, comodidade.
Mas sempre encontraremos um “mentor” que nos faz aceitar o chamado, que nos informa, nos treina e a aventura começa.
A recusa é sempre um momento sutil, sem glamour algum. Você nem percebe.
O estranho é que caímos no mesmo engodo. Quando nos damos conta, ultrapassamos o limiar, apesar das hesitações. Você já está no meio da trajetória. A aventura correndo solta.
Mas há um certo prazer em estar diante de um monstro gigantesco prestes a lhe atacar. Há medo, desespero, coragem e orgulho de ter chegado até esse momento.
Eu hesito e tenho medo. Mas vou.
E honrarei os que tenho que honrar.
Eu prometo!