09:30 – Não me sinto mais à vontade para tweets. É como se tudo o que eu escrevesse lá não fosse minha propriedade. Uma ideia boa é fazer esses drops do dia: exercitam a escrita, dão conteúdo ao blog, defineM melhor a casa: as maravilhas de uma vida comum.
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10:02 – Nos últimos dias, estou às voltas com muitos pensamentos, quereres e projetos. Apesar de bem díspares, eles se adicionam. Assuntos diversos que se ajudam, criam juntos.
Um destes é querer ser escritor depois de velho. Era sonho juvenil, mas caiu no ostracismo de uma vida em que ou se trabalha duro ou não se tem o básico. Parece que é chegada a hora de exercitar esse “musculinho” atrofiado da mente.
Daí comecei a bolar uns contos de ficção científica e, por Jah, que negócio difícil! Faço dezenas de pesquisas, bebo nas águas das referências. E tome livros afins, leituras sobre inteligência artificial, cidades inteligentes, clássicos literários, notícias científicas e guias de como escrever. Referências mil.
E isso tudo para criar uma bosta de uma linha diária.
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10:20 – Mês passado teve o “Dia Fora do Tempo”. Acordei desnorteado. Há manhãs que desperto achando que estou na Piaçaveira ou Santa Cecília. São tantas histórias e tempos diferentes, de vivências diversas. Várias vidas. E nesta data específica, tudo convergiu para um único momento.
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10:25 – Talvez o esforço cognitivo de uma mudança de cidade seja gigante. De algum modo, influencia. Toda rua é estranha, todos os prédios não estão desenhados na mente. Como um gato, preciso de um tempo para mapear o território.
Sinto falta de catalogar a cidade e captar em imagens a sua essência. Minha arqueologia urbana habitual não está ativa.
Há um silêncio assombroso na pequena vila da minha mente criativa. Cansa.
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11:57 – Tudo o que leio precisa ser expurgado. Quando escrevo ou falo sobre algo que vi, me sinto melhor, mais leve. É como um arroto depois de uma comilança.
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23:55 – Uma coruja cinza e graciosa me disse em sonho: “Antes do hoje tornar-se amanhã, antes dos rios beijarem a imensidão do mar, no último momento, no último segundo, tudo há de ficar bem. Tudo há de fazer sentido.”